[RESENHA] 'Me Chame Pelo Seu Nome', de André Aciman (Com Spoilers)

Olá, leitores!

Já faz tempo que não trago uma resenha para o blog, aliás, já faz tempo que não trago coisa qualquer para o AE, mas bem, no post de hoje, falarei sobre um dos livros mais bonitos e intensos que já li na minha vida, Call Me By Your Name, por André Aciman.

O livro conta a história de Elio Perlman, um garoto de 17 anos, apaixonado por música e livros, filho de um professor de arqueologia que, durante o verão, oferece a sua casa à universitários para que aproveitem o melhor do que o norte da Itália tem a oferecer em troca de ajuda com a sua papelada académica. Naquele verão, os pais de Elio escolhem Oliver, um jovem estudante de 24 anos que está revisando o seu livro e é um imã de amizades, atenção e olhares desejosos.


A medida que a história avança, vemos o desenvolvimento da relação de Elio e Oliver que, envolvida naquele ambiente mágico do norte da Itália em pleno verão, funciona como uma montanha-russa de emoções intensas e descobrimentos. Acho que todo jovem já passou pelo que Elio passou enquanto tentava, de forma obsessiva, se aproximar do hóspede, é aquele conjunto de dúvidas sobre “Eu gosto dele, mas será que ele me vê da mesma maneira?” misturada com um erotismo exuberantemente poético. A maneira como Elio indaga-se centenas de vezes sobre Oliver é um fator de identificação para todos aqueles que, alguma vez, j
á sentiram borboletas no estômago por alguém.


Para além de me ver em Elio inúmeras vezes nas mais diversas situações, o livro também é carregado de tradições italianas e uma realidade a qual apenas os que viveram antes dos anos 90 podem ter experienciado, nesta época, a tecnologia cotidiana reduzia-se a televisões e rádios, e a ausência de celulares faz com que todos ali vivam aqueles momentos de forma mais autêntica e vívida, experimentando cada gostinho daquele verão de 1983. É mágico a maneira como André Aciman consegue transformar emoções tão belas, complexas e cheias de verdade em palavras de forma tão simples, as páginas parecem voar de tão fluída que a leitura é, para além do mais, os leitores sentem-se cativado em descobrir o que vem pela frente e esses dois fatores fazem você devorar o livro em poucas horas. 


Eu diria que é um dos livros mais visuais que já li, você consegue imaginar cada cômodo, cada paisagem e os detalhes são a cereja em cima do bolo, isso não foi só bem feito no livro mas também na adaptação cinematográfica, o autor soube bem como construir cada cena e onde ambientá-las, pelo menos, eu tive a impressão de que tudo ali possuía uma simbologia ou um motivo, e a forma poética como adensava-se o romance, misturado com a beleza daquela cidade durante as tardes quentes e silenciosas, faz tudo parecer um sonho lúcido, belo e efêmero.


Como eu já havia mencionado, a relação de Elio e Oliver é uma montanha-russa, no início há diversos altos e baixos, mas depois que ambos se entendem e se permitem aproveitar cada segundo, o carrinho da montanha-russa começa a subir linearmente cada vez mais até perto do final, e essa constante subida conduz a uma sensação de melancolia angustiante e claro, quando o carrinho chega no ponto mais alto do seu percurso, ele começa uma descida intensa de despedimentos e não só o carrinho desceu, mas as minhas lágrimas acompanharam o seu movimento que culminará no mais lindo e emocionante desfecho de todos os livros que já li. André Anciman enterrou o meu coração nas últimas páginas e até hoje, não consegui superar e nem sou capaz de transformar a sensação que senti quando terminei de lê-lo em palavras.


Eu, claramente, dei ao livro cinco estrelas pelo fato de ainda ter os diálogos e as cenas vivas dentro da minha cabeça, como se a história se recusasse a morrer. O livro inteira gira em torno de aproveitar a vida ao máximo, o verão uma hora acabará, Oliver retornará aos Estados Unidos e o tempo? Bem, ele corre e quando fazemos algo que gostamos, ele parece correr ainda mais, então aproveitemos o que ainda nos resta, porque é sobre isso que o livro fala, aproveitar, sentir, ceder, experimentar, descobrir, conhecer.


Terminei o livro numa manhã de domingo e só Deus sabe o quão afetado fiquei durante o resto do meu dia, tudo o que eu fazia me lembrava aqueles capítulos e aqueles momentos tão únicos e passageiros, e durante a madrugada que escrevo essa resenha, ainda senti lágrimas vindo aos olhos apenas por lembrar da vaga de emoção que destruiu meu coração nas últimas linhas desta obra de arte.  


Portanto, o livro está mais do que recomendado, é uma obra para todos aqueles que estão dispostos aproveitar, a amar e claro, chorar muito. As páginas contam muito mais do que um romance entre dois homens, contam a história de duas pessoas que estão num constante processo de aprendizagem e descoberta, é impossível não se emocionar e se envolver com esses dois jovens, com a família de Elio e os diálogos que são autênticos tapas na cara capazes de te deixarem sem chão.   


Obrigado por lerem! XoXo.

                                                          


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