[RESENHA] 'Hataraku Saibou', por Akane Shimizu



Olá, otakus que lêem o blog! O post de hoje vai interessar vocês pois falaremos de um anime super divertido, e super educativo também (vestibulandos de plantão, se liguem) — e, como já notaram, ele se chama Hataraku Saibou. Como sempre sem spoiler, okey-dokey? Não precisam se preocupar.
Segue o fio!

Antes de tudo, um pequeno aviso

As resenhas de quarta estão todas planejadas para saírem no fim de cada mês, porém a de hoje eu tive que pôr hoje (04/03/2020) pois fazer os posts de março está levando mais tempo que imaginei. Sendo assim, o post que sairia hoje sairá na semana que vem, junto do post que já estava para ser lançado na semana que vem. Ou seja, o mês de março ganhou mais um post, sem querer, no total, e quarta que vem terá post duplo sobre o ficdom! Todo mundo sai ganhando e fica feliz, não? Disponha, disponha.
Mas agora, voltemos à resenha.

Informações gerais
Hataraku Saibou, ou Cells At Work!, é um anime derivado de um mangá de mesmo título escrito e ilustrado por Akane Shimizu pela Shonen Sirius. De 13 episódios, foi ao ar de 08/07/2018 a 30/09/2018; mostra a história das células do corpo humano em seu cotidiano para manter o corpo funcionando com plenitude, protagonizando um glóbulo vermelho e um neutrófilo.

Primeira Estrela – Enredo & Lógica Interna |
Hataraku Saibou é um anime de formato episódico (ou seja, cada episódio tem seu mini arco, e o anime todo não desenrola num único arco), com arcos que se estendem por, no máximo, dois episódios seguidos. O que une todos é que a história se situa dentro do corpo humano e fala sobre diversas curiosidades de nosso organismo.
É perfeitamente comum animes do gênero comédia terem esse formato, por isso não dá pra comentar num arco propriamente dito, já que o anime não possui um. Os arcos que ele possui, entretanto, foram bem estruturados e apresentados de forma concisa, e foram muito interessantes até. Teve um que falava sobre células cancerígenas — o meu favorito de todos, e eu bem queria que tivesse mais episódios falando disso.
A forma como decidiram representar os processos químicos do nosso corpo e contar isso como se fosse uma história também foi genial. O anime cumpre o que promete: ensina de forma fácil e leve sobre nosso corpo. Definitivamente um conteúdo interessante para estudantes que queiram saber do básico — pois não, ele não passa disso. O anime também não ensina sobre tudo; foca mais nas coisas que podem acontecer na região da caixa torácica, pescoço e cabeça, porém isso não é algo ruim, não. Mais que isso e ficaria forçado demais. Está ótimo do jeito que está.
(Mas eu bem assistiria temporadas que focassem em cada uma das regiões do corpo...)
Devido o teor do anime, eu fiquei o tempo todo pensando em como o ser humano que servia de ambientação pras personagens (...okay, isso é estranho de falar...) era uma pessoa encrenqueira. Pessoa devia passar a vida inteira indo no médico, porque tinha alergia até o vento, vivia se arranhando e ainda teve choque hemorrágico! Putz, hein.
(É nessa hora que agradeço minha boa saúde. Obrigada, céus.)

Segunda Estrela – Personagens |
Os protagonistas desse anime são um glóbulo vermelho e um leucócito categorizado como neutrófilo. É isso mesmo o que você leu. Lê de novo.
Processou a informação? Ótimo, vamos prosseguir.
(Não me olhe assim, existem animes bem mais estranhos por aí.)
O neutrófilo é chamado por Sr. Glóbulo Branco pela Glóbulo Vermelho protagonista, mas seu nome de fato é Neutrófilo U-1146… o que não melhora muito a situação mas… pelo menos é único, né?

Apresento-lhes... nosso galã.

Bom, a Glóbulo Vermelho se chama Hemácia AE3803 — os mais chegados podem chamar ela só de “Glóbulo Vermelho”, mas correm o risco de se confundir com outras vinte e cinco trilhões hemácias que tem no corpo humano adultos, então não recomendo.
U-1146 é uma célula do sistema imunológico, e tem reações hilárias aos antígenos; ele é calmo e composto (quando não está no Modo Assassino...), simpático e educado — ele também apoia bastante a estabanada da AE3803 nas tentativas dela de fazer seu trabalho direito. O Neutrófilo leva seu trabalho muito a sério, como visto especialmente no episódio que contém o flashback deles dois enquanto eritroblasto e neutrófilo bastonete (que, traduzindo para a linguagem de otakus, é o flashback da infância deles); mas mesmo assim ele é super carinhoso com a AE3803 e… não pude me conter, eu shippo as células do meu organismo. Pode me julgar, eu deixo.
(Duvido você assistir e não shippar também! Humpf.)

O Modo Assassino da qual lhes falei.

Já a Glóbulo Vermelho é uma tampinha ruivinha adorável que, o que tem de esforçada, tem de desastrada. Ela tem um péssimo senso de direção, e passa o anime inteiro aprendendo a ser mais confiável para si mesma. Podemos até considerar que ela teve um arco da personagem, visto seu crescimento.
Vê-la se esforçar é algo muito divertido, e embora em alguns trechos essa inocência e lerdeza toda dela sejam bem forçados, mesmo assim ela é uma personagem bastante divertida. Infelizmente as personagens desse anime não são tão profundas; inclusive são bastante bidimensionais. Contudo o foco do anime não é ser um drama, é ser algo cômico, então funciona perfeitamente.

Tampinha, ruivinha, lerdinha. Um charme.

Outras personagens incluem a Célula T Citotóxica, ou os Linfócitos T, que são células do sistema imunológico também mas, tipo, mil vezes mais exageradas e agressivas que os neutrófilos. O líder deles é um clássico Machão Que Na Verdade É Soft Por Dentro, e suspicazmente gay pela Célula T Auxiliar… mas quem sou eu pra falar algo, não é mesmo?
(Já deve ter fanfics desses dois por aí, com certeza.)
Tem também a Célula Assassina Natural, que me lembrou muito a Anne de Shingeki no Kyojin pelo jeitão dela e é tão, o até mais, forte quanto o Célula T Citotóxica; e a Célula B, que trabalha em conjunto com a Célula de Memória para criar químicos para lutar contra antígenos; e muitas outras células do sistema imunológico que deixam qualquer um de queixo caído com sua diversidade. Eu mesma, até assistir esse anime, achava que só tinha um tipo de leucócito e que ele saía derrotando todos os antígenos e ficava por isso…
Das células do sistema imunológico apresentadas, além do neutrófilo e do Linfócito T, a que mais me chamou a atenção foi a Macrófago, ou Monócito; ela é uma yandere.
Não, sério, ela é uma yandere. Eu fiquei chocada. Representaram os monócitos com uma yandere.
(Ela também é a célula que cuida dos eritroblastos enquanto eles ainda estão dentro da medula óssea, então o negócio fica ainda mais tenso… mas enfim.)
Evidentemente, as personagens secundárias e terciárias não são muito desenvolvidas, mas todas as personagens têm uma ou outra característica que torna ela distinguível das outras (a da Célula Dendrídica, por exemplo, é ser um baita fofoqueiro), e suas interações são divertidíssimas.

Terceira Estrela – Temas Abordados |
O anime não aborda nada de mirabolante; possui apenas sua proposta de ensinar mais de nossos organismos de forma única e alegre, objetivo que alcança com sucesso. Em alguns mini arcos ele aborda um tema mais emocional: perseverança — explorando isso com o passado da Célula T Citotóxica com a Célula T Auxiliar, e com o presente da Glóbulo Vermelho. Mas é algo bem ligeiro e não muito tocante. Todavia foi algo de diferente dentro do anime, já que todo o resto foi só comédia, comédia, comédia.
Gostei de ver isso.

Quarta Estrela – Animação & Design |
A animação é boa, porém não ótima; em diversos frames vemos diversos erros de anatomia nas personagens e a lineart meio desleixada. A ideia geral é visível, mas faltou capricho. Entretanto quanto à paleta de cores não posso dizer nada além de que é excelente; o nível de saturação também. Não dói os olhos mas também não é fosco e sem vida, está no tom certo.
Sobre os designs, alguns foram melhores que os outros. Eu esperava uma maior similaridade nos uniformes das células do sistema imunológico, para que houvesse uma ligação visual entre casa uma; mas o design dos neutrófilos é completamente não-condizente com a das Macrófagos, por exemplo. Suponho que tenha ficado dessa forma para que pudéssemos diferenciar com facilidade uma das outras, mas não me agradou.
A opening é linda, com transições animadas e criativas, e a música também é muito fofinha. A ending… eu não assisti pois tava sem ansiosa pra ver o próximo capítulo, perdão.
Mas a opening é boa!

Quinta Estrela – Conexão Emocional |
As personagens não são tridimensionais e o anime não se aprofunda em nada emocional, então a única coisa que me cativou ali foi somente a comédia e as informações biológicas mesmo. Conexão emocional zero, infelizmente… embora eu não saiba se deveria exigir algo assim de um anime cujo propósito é fazer rir de bobiça.

Bom, bom.

Comentários extras
Eu descobri no dia 14/02 que tem uma segunda temporada! Vou procurar saber depois, mas nem tão cedo. Apesar de seus defeitos, Hataraku Saibou foi um anime que gostei bastante de assistir. Aprendi bem mais do que esperava com ele — que, aliás, foi recomendação da Melody do blog Açúcar & Devaneios. Felizmente eu ouvi o conselho amigo dela e aqui estamos nós, não é mesmo? Sabendo bem mais das milhares de células de nossos corpos.
(Inclusive, segundo o anime, o corpo humano adulto médio tem trinta e sete trilhões de células. Esse número é tão grande que eu nem sei escrever ele. Trilhões! Minha nossa!)
Uma coisa que me chateou foi que muitas células ali ganharam uma personificação, mas o resto foi representado por uma personagem mixuruca que era chamada simplesmente de Célula Comum. Só isso.
Não mostraram células da epiderme, ou das células cerebrais como o neurônio (esse sim eu pagaria pra ver como eles iam representar!). Embora tenha feito sentido pra uma temporada só, eu acho que deveriam ter apresentado mais células que apenas as do sistema imunológico e as da circulação. Ficou meio… fraco do jeito que está, sei lá.
Olha, eu só queria ver os neurônios, okay? Me deixa. As Plaquetas são adoráveis mas eu sou chata, e é isto. Obrigada pela sua atenção.

Conclusão
Em suma, não é pra entrar em Hataraku Saibou esperando algo de tirar o fôlego e que te marque pro resto da sua vida; invés, a ideia do anime é o que já disse antes, de algo suave e descontraído, e esse é um objetivo que o anime alcança. Ele tem seus defeitos porém dou 3.5/5. É, 3.5/5 me parece bom.

E o veredito final é: recomendo assistirem!

Vale a pena pra quem estiver procurando por uma risada ou duas.

*

É isso, pessoinhas. Hataraku Saibou foi o primeiro anime que assisti em muito tempo, já que não gosto de assistir coisas — prefiro ler, e, nesse caso, ler mangás.
Eu vou ficando por aqui. Se é novo, seja bem-vindo e não deixe de checar as páginas com informações sobre as minhas e as histórias do C. S. Fukuda; se é velho, obrigada pela estadia novamente e a gente se vê de novo, okay? O Anotações Esparsas está no Instagram, Twitter e Curious Cat, e, se inscrever seu e-mail no box (lateral na desktop, rodapé no mobile), pode receber os posts novos do website na sua inbox! Obrigada por ler até aqui, e até o próximo olá.

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E você? Já assistiu Hataraku Saibou? O que achou?

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