[RESENHA] 'Wayward Son', de Rainbow Rowell (Sem Spoilers)
Olá
mágicos de Watford!
Neste
momento de pandemia, eu estou sendo acompanhado por leituras maravilhosas e
entre elas, Wayward Son, a tão esperada continuação de Carry On.
*
Esqueça
todo aquele ambiente mágico e húmido de Londres, os nossos três personagens
estão indo para os Estados Unidos da América! Simon, no primeiro livro, fez
tudo que estava predestinado a fazer, venceu o vilão, descobriu a verdade e
salvou o dia, mas o que acontece com o escolhido depois que ele cumpre a
profecia? É o que vamos descobrir neste segundo livro.
Simon
está muito deprimido devido aos últimos acontecimentos, então a Penelope, sua melhor
amiga desde que entraram em Watford resolve comprar passagens de avião para a América
do Norte sem lhes avisar, e então começa a nossa aventura.
Em
Wayward Son vamos ter algo bem diferente do que estávamos acostumados. Simon,
Penelope e Baz vão sair muito das suas zonas de conforto e eu posso afirmar que
esta continuação é exatamente sobre isso, conhecer novos lugares, ter
perspectivas diferentes sobre as mesmas coisas, quebrar a rotina, grandes mudanças,
mas principalmente, sobre se reencontrar, ou não.
Eu
adorei a maneira como a Rainbow nos introduziu a sociedade mágica nos Estados
Unidos, a qual é muito diferente da Britânica. Foi muito divertido também como
os personagens reagiam a essas diferenças e apesar da língua ser a mesma, todos
eles sofreram um pequeno choque-cultural à medida que exploravam aquele país
tão grande, e como imigrante eu amei ver isso.
*
Os
nossos personagens estão crescendo, estão mais maduros agora. Peny e Baz estão
na faculdade, Simon, como eu disse no começo, está passando por uma fase
depressiva. Temos aqui personagens com personalidades muito distintas, mas que
se completam mutuamente.
Em
várias situações, os três são colocados em situações que estão fora da sua zona
de conforto, fazem coisas que não estão acostumados, descobrem muito sobre si e
aprendem também, mas mesmo com tudo isto, não consegui ver um grande arco de
personagem, não pude ver grandes sinais de evolução, com exceção de Simon. Ele
realmente, ao longo da história, foi aprendendo a viver esta nova vida, sem
magia, com asas e cauda de dragão e sem o título de mago mais poderoso do mundo,
mas de resto, os personagens parecem ter terminado a história da maneira como
começaram, claro, eles passaram por muitas coisas, mas eu não os pude ver
tirando uma grande lição de tudo o que aconteceu, isto talvez esteja reservado
para o terceiro livro “Anyway the wind blows”, mas mesmo já ciente de uma
possível continuação, eu esperava algum aprendizado.
Temos
novos personagens nesta sequência, também com personalidades bem distintas e
que contribuem para o desenvolvimento do plot. Criaturas sobrenaturais é o que
não vai faltar neste segundo livro.
*
A
escrita da Rainbow é fluída e muito gostosa, eu li a versão em inglês porque
não seria capaz de esperar as editoras traduzirem-no, mas mesmo em outro
idioma, conseguimos ouvir a voz da autora atravessando as barreiras linguísticas, como eu referi na resenha de Fangirl,
a Rainbow parece conversar conosco.
Com
mais foco na narrativa, a história se desenvolve muito bem, mesmo sem uma
descrição rica em detalhes é muito fácil imaginar os lugares e as situações,
porque a descrição é feita de uma forma subjectiva que funciona muito bem.
Sem
dúvidas, uma das escritoras cuja escrita eu mais admiro. Eu gostaria de poder
ter essa leveza na hora de contar, é tudo tão suave e fluído que o texto não se
torna cansativo e isso é mais do que positivo.
*
O
livro está favoritado e eu o atribuí quatro estrelas! Eu gostaria muitíssimo de o dar as cinco, mas alguns factores impediram-me de o fazer. Apesar de eu ter
amado a história, de poder ter acompanhado este grupo fantástico e tão carismático
pelas estradas dos EUA eu gostaria de tê-los visto crescer mais. Mas este é único
aspecto negativo que eu encontrei durante a leitura.
Eu
recentemente descobri que a Rainbow estava passando por um momento difícil enquanto
escrevia o livro e é provável que essa seja a razão pela qual o texto tem um
tom mais sério e mais reflexivo.
Foi
uma ótima continuação e eu espero que o terceiro livro feche com chave ouro a
história do Simon e os seus amigos. É uma leitura mais do que recomendada,
principalmente, no momento em que nos encontramos, não podemos sair de casa,
mas este livro vai fazer com que você possa conhecer a parte mágica dos EUA.
Ainda não temos uma versão em português, mas no Brasil, a editora Seguinte está
cuidando da versão brasileira, além de que o primeiro livro Carry On, também
será relançado pela nova editora. Já em Portugal, não temos notícias de quando
iremos ter a tão esperada continuação, mas assim que tivermos algum sinal de
vida da Saída de Emergência aviso-vos pelo Twitter.
Obrigado
por ler! Boa quarentena.
XoXo
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