[RESENHA] 'The Clockwork Angel', de Cassandra Clare

Olá! Bem-vinda(o) de novo.

Hoje é dia de resenha! E o livro escolhido foi o The Clockwork Angel, da Cassandra Clare. É o primeiro livro da série The Infernal Devices que se passa anteriormente aos The Mortal Instruments. É melhor? Vamos descobrir.

Informações iniciais

Bom, tudo começa quando Tessa, a nossa protagonista, desembarca em Londres durante o reinado da rainha Victoria. Ela é recebida por duas senhoras, chamadas as Irmãs Sombrias e elas foram encarregadas de levá-la até o seu irmão, Nathaniel, mas... não é bem isso que acontece, e este é o pontapé inicial para toda a trama.

Não vou me alongar, porque sou especialista em deixar escapar alguns spoilers. É nítido a evolução da escritora; desta vez, li em inglês para ter acesso a escrita original, e eu acho que fez toda a diferença. Eu tenho alguns problemas com as editoras portuguesas, devido a falta de capricho e atenção em detalhes cruciais na hora da publicação das mesmas, portanto, agora em diante pretendo continuar o resto da série em inglês. Aliás, eu já tenho a continuação na minha estante.

Vamos aos pontos positivos

Em primeiro lugar, o plot twist é incrível. A escritora vai aos poucos nos dando as informações necessárias para que rapidamente estejamos certos de quem é o vilão e então, de repente, o tapete é puxado bem debaixo dos nossos pés. Foi nesta parte que vi o quanto a Cassandra Clare tinha evoluído. Eu fiquei doido para ler a continuação, mas tenho outros livros na frente.

Outros pontos que me agradaram muito, foram a descrição dos locais e a ambientação sombria característica das suas séries. Descrição e narração no ponto certo, algo que tornou a leitura fluída, afinal, quem é que gosta de ler trinta páginas só de descrição, não é mesmo, Os Maias?
Personagem favorito? Não, não é a protagonista, é o Jem. Simplesmente um querido, e também o mais sensato do grupo de adolescentes do livro. Eu fiz milhões de anotações com post-its e adivinhe só, a maioria deles são falas do Jem. Vejam:

— O seu corpo físico não importa — disse ele. — Homem ou mulher, fraco ou forte, enfermo ou saudável, todas estas coisas não se comparam com o que guarda o seu coração. Se você é um guerreiro, você é um guerreiro.

Ícone, né? O Jem é muito bem trabalhado e mal posso esperar para ver o seu arco final. Ele é o tipo de amigo que você quer ter por perto, porque ele faz tudo parecer mais calmo e está sempre com um pensamento positivo. Os próprios personagens acham isso.

Os personagens são todos bem distintos e bem construídos, cada um possui a sua própria voz e este é mais um ponto positivo. Com um plot twist bem construído, uma boa descrição, excelente ambientação, e personagens complexos fechamos os pontos positivos do The Clockwork Angel.

Eu acabei dando 4 estrelas para ele no Goodreads, e agora eu vou te contar porque eu escondi a última estrela e a arremessei para bem longe.

Porque não cinco estrelas?

Por mais que eu tenha gostado do livro, eu sinto que esta prequel foi uma versão melhorada da Cidade dos Ossos. Sim, os dois livros são bem parecidos, cada personagem de uma história parece ter o seu correspondente na outra e isto me INCOMODOU MUITO. A Cassandra Clare parece ter desenvolvido uma fórmula para escrever os seus livros, assim como o Dan Brown — vocês já leram O Código da Vinci? É maravilhoso, mas se você leu A Origem, notará que a estrutura da trama é a mesma e este foi o um dos pontos negativos de Clockwork Angel.

Em seguida, nós temos a Tessa. Ela é a garota que, em um uma semana, faz todos os meninos se ajoelharem aos seus pés. As suas protagonistas também se apaixonam muito rápido. A Tessa com certeza não é sonsa e burrinha igual a Clary, mas é capacho de homem tal e qual e isto foi outra coisa que me incomodou demais. Aparentemente, as protagonistas são uma espécie de psicólogas para homens com problemas internos mal resolvidos, e cabe as estas garotas, que claramente possuem coisas mais importantes para fazer, ajudá-los a melhorarem. B*tch, what the fuck?!

O Will é idêntico ao Jace: é sarcástico, mal-humorado, resmungão e não sabe controlar a sua língua; típico bad-boy, mas em uma versão inglesa e vitoriana. De longe, o personagem que menos me impressionou. Eu não sou nenhum especialista em relacionamentos, mas tenho uma dica valiosa: entre um menino muito simpático (Jem) e outro muito arrogante (Will), quem você escolheria? Leitoras do céu, vocês merecessem muito mais do que alguém como o Will! E a Cassandra Clare precisa parar de embelezar pessoas mau educadas. Alguém vai aparecer e dizer que ele tem uma personalidade forte, mas eu digo que é falta de educação mesmo. O Will precisará mudar muito para alterar o meu pensamento, mas seguindo a lógica dos arquétipos, ele continuará sendo este babacão até o último livro, assim como Jace em A Cidade de Vidro.

Conclusão

Em conclusão, foi uma boa leitura e eu me diverti com algumas situações. Estou ansioso para ver a evolução da Jessamine e do Jem, pois são, de longe, os meus personagens favoritos. Eu recomendo esta leitura para os amantes d'Os Instrumentos Mortais, e acredito que não vão se decepcionar. Estou muito animado para ler o Clockwork Prince, livro que talvez se foque mais na história do Jem. Assim que terminá-lo volto com mais uma resenha. Obrigado por ler!

XoXo

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